Dois dias após apresentar um novo estudo sobre a situação epidemiológica do Coronavírus na cidade e manter a obrigatoriedade do uso de máscaras em locais abertos e fechadas, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), compareceu a um luxuoso regabofe promovido pela bispa Sônia Hernandes, da Igreja Renascer em Cristo, onde ninguém usava o artefato para evitar a propagação da Covid-19.
A própria bispa, que completa 63 anos no próximo dia 28 de novembro, compartilhou nas redes uma foto com o prefeito. "Presença mais que especial do nosso prefeito @prefeitoricardonunes, da primeira dama @reginacarnovalenunes e de seu filho Ricardo e esposa", escreveu.
Em vídeo nos stories, Sônia Hernandes disse, na noite desta sexta-feira (12), que era um "dia de muita alegria" e comemorou "um pouco do fim da pandemia".
"Hoje também a gente está comemorando um pouco do fim da pandemia, né?", disse Sônia. "Depois de dois anos, nós estamos aqui", complementou o marido, Estevam. "Graças a Deus", emendou Sônia.
Uso de máscaras é obrigatório na capital paulista
Em entrevista na quarta-feira (10), Nunes afirmou que "o comportamento da Prefeitura de São Paulo com relação aos aspectos que envolvem o enfrentamento à Covid-19 é escutar a saúde e a ciência, com decisões baseadas na análise dos técnicos da Secretaria Municipal de Saúde".
Na ocasião, o prefeito apresentou dados e disse que, com base no mapeamento epidemiológico, a capital optou pela continuidade do uso de máscaras obrigatório em locais abertos e fechados.
"Estamos caminhando muito bem e é preciso continuar seguindo as orientações da Prefeitura. É preciso tomar a segunda dose e continuar com as máscaras. Não vamos esmorecer agora. Falta pouco, bem pouco, para entrarmos na fase verde e ter uma situação mais confortável. Eu agradeço à população de São Paulo, que de uma forma exemplar aderiu a vacina e tem feito todas as recomendações da Secretaria da Saúde”, disse o prefeito.
Além do uso de máscaras, a prefeitura de São Paulo manteve a obrigatoriedade de medidas não farmacológicas, como "etiqueta respiratória e de higienização das mãos" e "distanciamento social". Nenhuma dessas duas medidas foram obedecidas na festa do casal Hernandes.
Casal de bispos foi preso com dólares na Bíblia
Apoiadores de Jair Bolsonaro (Sem partido), Sônia e Estevam Hernandes foram condenados e ficaram presos nos EUA por tentarem entrar sem declarar US$ 56 mil. Parte do dinheiro estava numa Bíblia.
Na época do crime, em 2007, Estevam e Sônia Hernandes foram condenados a 140 dias de cadeia, outros cinco meses em prisão domiciliar e dois anos de liberdade vigiada, segundo a revista Época. No Brasil, já foram acusados de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e estelionato, mas foram absolvidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2012.
Neste ano, antes de voltar ao Brasil, o casal se vacinou nos EUA. Em São Paulo, Sônia e Estevam Hernandes promoveram aglomerações em cultos realizados no mês de abril, quando a imunização ainda era inicipiente no Brasil.