Embora tente se descolar da figura de Jair Bolsonaro, visando uma eventual candidatura à presidência em 2022, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), voltou a afirmar que votou no atual presidente em 2018.
Além disso, o tucano atacou novamente o PT. Para tentar explicar o inexplicável, ele afirmou que optou por Bolsonaro no segundo turno porque “do outro lado, não tinha um exemplo de democracia também”, disse, em referência ao PT, que disputava a eleição com Fernando Haddad como candidato em 2018.
“A gente tinha acabado de passar por escândalos gravíssimos, com desvios de milhões de reais. E, além disso, uma agenda econômica que levou o país a dois anos de recessão nunca antes visto na história desse país”, afirmou Leite, em entrevista ao podcast Derrete Cast, apresentado por Guto Zacarias e Renato Battista, integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL).
O governador gaúcho insistiu na tentativa de justificar seu voto na extrema direita, dizendo que, de um lado, tinha Bolsonaro, que, “como deputado, falou um monte de coisa reprovável. Do outro, não tinha o melhor exemplo de democracia. Defender a regulação da mídia não é respeito à democracia”.
O pior das declarações de Leite ainda estava por vir. O tucano não descartou a possibilidade de voltar a apoiar Bolsonaro em um eventual segundo turno no próximo ano. “Nós temos que lutar agora para não precisar fazer a mesma escolha em 2022”.
“Eleição de rejeição”
Não é a primeira vez que Eduardo Leite expressa, por mais que tente se explicar, seu apoio a Bolsonaro, embora não assuma.
Em julho de 2021, em conversa com apoiadores, ele afirmou que não declarou apoio ao atual presidente. “Apoio é pedir votos, é fazer campanha junto, isso eu não fiz. Eu declarei o voto, com uma crítica contundente, num vídeo que está na internet”, disse, sem convencer.
“A eleição do segundo turno é uma eleição de rejeição, você escolhe o que você não quer. A candidatura do Bolsonaro não tinha nenhuma expectativa que pudesse significar alguma coisa positiva, como eu esperava que fosse um governo, mas diante da outra alternativa, o PT voltar ao poder, parecia naquele instante algo muito ruim”, completou.