A ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pede a cassação da chapa Bolsonaro-Mourão por disparo ilegais em massa de mensagens na eleição de 2018 avançou. Na última semana, o tribunal enviou às partes envolvidas no processo as provas técnicas do inquérito para que a defesa apresente suas alegações finais.
Segundo Lauro Jardim, colunista do jornal O Globo, um interlocutor que teve acesso a essas provas afirmou que o TSE deve comprovar que esses disparos de mensagens foram "coisa de profissional", e não "um esquema romântico organizado por Carlos Bolsonaro".
As alegações da defesa da campanha de Bolsonaro deve apresentar suas alegações finais nas próximas semanas e, então, o TSE deve realizar o julgamento da ação, que pode resultar na cassação da chapa do atual presidente e seu vice.
Entenda
A chapa Bolsonaro-Mourão é investigada por ter feito, na campanha eleitoral de 2018, milhões de disparos em redes sociais e aplicativos de mensagens com teor falso, o que configuraria crimes de abuso econômico, já que nunca ficou claro quem pagou pelo serviço caríssimo, de uso indevido da internet. Esses disparos teriam sido feitos, inclusive, com uso fraudulento de CPF de idosos para registrar chips de celular.
No último mês, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu a pedido do TSE e compartilhou com a Corte eleitoral dados do inquérito das fake news e atos antidemocráticos.
O ministro Luís Felipe Salomão, do TSE, havia pedido esses dados em agosto. A ideia é utilizá-los na investigação aberta ainda em 2018 que acusa a campanha de Bolsonaro do esquema ilegal de contratação de empresas para disparos em massa de mensagens no WhatsApp com fake news a ataques a adversários.
Outras ações que tratam da mesma suposta irregularidade cometida pela chapa de Bolsonaro estão protocoladas no TSE, uma delas feita pela coligação de Fernando Haddad (PT).
Ao todo, a Justiça Eleitoral conta com 8 ações que pedem a cassação da chapa Bolsonaro-Mourão.