Morreu nesta sexta-feira (29), aos 73 anos, o subprocurador-geral da República e ex-procurador-geral da República Geraldo Brindeiro por complicações decorrentes da Covid-19.
Ele ficou conhecido como "engavetador geral da República" por ser acusado de não dar continuidade a processos contra políticos, especialmente sobre acusações de venda de voto para aprovação da reeleição no primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso.
Foi reconduzido três vezes com aprovação do Senado, ocupando o cargo por oito anos no total. A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) lamentou o falecimento.
"Colega de trato gentil e bastante leal, Geraldo Brindeiro foi, dentre outras coisas, responsável pela construção da sede atual da Procuradoria-Geral da República, além de ter promovido diversos concursos de ingresso na carreira, ampliando em muito a atuação do MP. Sempre soube respeitar o pensamento diverso, com abertura ao diálogo", afirmou o presidente da ANPR, Ubiratan Cazetta.
Pernambucano, Brindeiro formou-se na Faculdade de Direito em 1970. Entre 1995 e 2003, exerceu o cargo de procurador-geral da República por indicação do então presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) com a missão de "despolitizar" o órgão, auxiliando na concretização do Ministério Público Federal após a Constituição de 1988.
Foi assessor jurídico do tio, ministro Djaci Falcão, no STF, entre fevereiro de 1971 e março de 1973. Foi professor de direito civil e constitucional da Faculdade de Direito do Distrito Federal. Em 1975, passou a integrar o Ministério Público Federal.
O atual procurador-geral da República, Augusto Aras, também lamentou a morte de Brindeiro.“Perdemos um valoroso colega, um homem que devotou a vida ao Ministério Público. Geraldo Brindeiro foi um incansável defensor da independência funcional, a própria e a dos colegas”, disse.
O PGR decretou luto oficial de três dias no MPF pela perda.