Deputados e senadores de partidos do campo de oposição ao presidente Jair Bolsonaro celebraram a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que determinou a cassação do deputado estadual bolsonarista Delegado Fernando Francischini (PSL) por disseminação de fake news contra as urnas eletrônicas.
É a primeira cassação por este motivo e abre precedente para outros casos do tipo. No dia do pleito e ainda com a votação aberta, ele fez uma live no Facebook para afirmar que duas urnas eletrônicas estavam fraudadas e não estariam permitindo o voto em Jair Bolsonaro.
Durante o julgamento, o ministro Alexandre de Moraes, que presidirá o TSE durante as eleições de 2022, deu um alerta: "A Justiça Eleitoral, assim como toda a Justiça, pode ser cega, mas ela não é tola. Não podemos criar de forma alguma um precedente avestruz, 'ah, não ocorreu nada'. Todo mundo sabe o que ocorreu, todo mundo sabe o mecanismo utilizado nas eleições e depois das eleições. Se houver repetição do que foi feito em 2018, o registro será cassado, e as pessoas que assim fizerem isso irão para a cadeia por atentarem contra as eleições e a democracia no Brasil".
Nas redes, parlamentares celebraram a cassação do bolsonarista por fake news. "Decisão histórica: TSE cassa deputado bolsonarista por fake news. O desejo é que Bolsonaro tenha o mesmo destino!", disse Paulo Pimenta (PT-RS).
"É a primeira vez que o TSE cassa um mandato por propagação de fake news! Que seja o primeiro de todos que trabalham com base na mentira", escreveu a deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RS). "HÁ GABINETE DO ÓDIO, SIM! A promessa do ministro de Alexandre de Moraes precisa ser cobrada. O que aconteceu em 2018 não pode se repetir. É preciso acabar com as milícias digitais", completou a parlamentar.
A presidenta do PT, Gleisi Hoffmann (PT-PR), também elogiou o TSE. "Pedagógica decisão do TSE de cassar Fernando Francischini (PSL-PR) por Fake News contra as urnas eletrônicas. É bom que sirva de exemplo pra frear as inúmeras mentiras da direita nas redes sociais. A política precisa sair do ódio, mentira e viver o bom debate em prol da sociedade", tuitou.
"Fui uma vítima dos disparos em massa e de fake news em 2018. Condenamos Dallagnol no CNMP e na Justiça comum. Com as decisões da CPI, STF e TSE vemos uma luz no fim desse túnel de mentiras", disse ainda o senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI do Genocídio.