Caos na economia: dólar dispara e bolsa despenca após debandada no time de Guedes

Apesar do governo não confirmar, demissões na Economia estariam ligadas à aprovação do texto-base da PEC dos precatórios, que permite ao governo furar o teto de gastos

Paulo Guedes (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)
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Após a aprovação na Comissão Especial da Câmara dos Deputados nesta quinta-feira (21), do texto-base da PEC dos Precatórios, que permite ao governo furar o teto do limite de gastos - fato que provocou debandada no ministério da Economia de Paulo Guedes - o dólar chegou a bater R$ 5,7130 por volta das 10h11 da manhã desta sexta-feira (22), uma alta de 0,81%.

Além disso, o Ibovespa, índice de referência da Bolsa de Valores Brasileira, aprofundava a queda na abertura do mercado, atingindo a mínima de 106.284 pontos às 10h14, uma baixa de 1,34%.

Espaço fiscal

A nova versão da PEC dos Precatórios aprovada nesta quinta abriu um “espaço fiscal” para que o governo de Jair Bolsonaro gaste até R$ 83 bilhões a mais no orçamento, o que possibilitará ao presidente pagar R$ 400 a 17 milhões de famílias até o final de 2022, ano de eleição.

Na prática, para não furar o sagrado teto de gastos cultuado pelos ultraliberais que apoiam o governo do presidente de extrema direita, o limite desse teto foi expandido, permitindo à combalida gestão de Bolsonaro distribuir o benefício justamente no momento em que sua popularidade derreteu e jogou seus índices de aprovação ao nível mais baixo desde sua posse.

Debandada

O Ministério da Economia, comandado por Paulo Guedes, está em crise. Nesta quinta-feira (21), a pasta sofreu uma debandada com pedidos de demissão de 4 secretários: Bruno Funchal, secretário especial de Tesouro e Orçamento; Gildenora Batista Dantas Milhomem, secretária especial adjunta de Tesouro e Orçamento; Jeferson Bittencourt, secretário do Tesouro Nacional; e Rafael Araújo, secretário-adjunto do Tesouro Nacional.

Em nota, o Ministério informou que os secretários alegaram “razões pessoais” para os pedidos de demissão. Os substitutos ainda não foram anunciados.

Apesar do motivo real da debandada não ter sido explicitado pela pasta, nos bastidores especula-se que as demissões estejam ligadas à discordância dos secretários com as intenções de Guedes e Jair Bolsonaro de furar o teto de gastos para bancar o Auxílio Brasil, programa do governo que visa substituir o Bolsa Família e que, claramente, tem por objetivo real alavancar a candidatura de Bolsonaro à reeleição no próximo ano.