Com indicativo de greve da categoria para 1º de novembro, parte dos caminhoneiros podem antecipar movimento já para a madrugada desde quinta-feira (21). Transportadores de combustível planejam cruzar os braços em quatro estados.
"Não estamos mais conseguindo trabalhar. Essa paralisação representa um basta feito por toda a sociedade", disse o presidente da Associação das Empresas Transportadoras de Combustíveis e Derivados do Petróleo do Rio de Janeiro (Associtanque-RJ), Ailton Gomes à jornalista Andrea Ramos do Estadão Broadcast.
"Porque, se aumenta o preço do combustível, sobem os dos alimentos. Assim como de outros produtos. Não é só o caminhoneiro que está insatisfeito. Toda a sociedade está. E, tenho certeza, que vai nos dar apoio", completou.
Além do Rio, pode haver paralisação dos transportadores de combustíveis em São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo.
No sábado, grupos de caminhoneiros se reuniram e deram prazo de 15 dias para que o governo de Jair Bolsonaro atenda as reivindicações da categoria. Entre as demandas estão o estabelecimento e cumprimento de um frete mínimo, redução do preço do diesel e revisão da política de preços da Petrobras.
Caso elas não sejam atendidas, os motoristas podem parar a partir do dia 1º de novembro.
Na terça-feira (19), a Associação de Distribuidoras de Combustíveis (Brasilcom), entidade que representa mais de 40 empresas do ramo em vários pontos do país, afirmou que há risco de desabastecimento nos postos brasileiros após as conveniadas terem recebido comunicados da Petrobras que informavam cortes nos pedidos solicitados, em muitos casos de até 50%.
Veja abaixo a lista de demandas dos caminhoneiros
Redução do preço do diesel e revisão da política de preços da Petrobras, conhecida como PPI (Preço de Paridade de Importação);
Constitucionalidade do Piso Mínimo de Frete;
Retorno da Aposentadoria Especial com 25 anos de contribuição ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e a inclusão do desconto do INSS pago pelo caminhoneiro (PL2574/2021) na Lei do Documento de Transporte Eletrônico;
Aprovação do novo Marco Regulatório do Transporte Rodoviário de Cargas (PLC 75/2018);
Aperfeiçoamentos na proposta do voto em trânsito no Senado.
Melhoria e criação de Pontos de Parada e Descanso (Lei 13.103/2015).