Depois de expor toda a sua eloquente verborragia durante a CPI do Genocídio, o senador Marcos Rogério (DEM-RO) decidiu que irá apresentar um relatório paralelo que não vai trazer absolutamente nenhum pedido de indiciamento ao Ministério Público Federal.
Ferrenho defensor do presidente Jair Bolsonaro durante os trabalhos da comissão, o senador disse à jornalista Basília Rodrigues, da CNN Brasil, que seu relatório paralelo não trará indiciamentos, apenas "recomendações", fazendo pouco caso da tragédia que abateu o país e deixou mais de 600 mil vítimas fatais.
Segundo ele, o presidente Jair Bolsonaro não pode ser indiciado. No relatório que será apresentado por Renan Calheiros (MDB-AL), relator da comissão, onze crimes serão imputados contra Bolsonaro: pandemia com resultado de morte, infração a medidas sanitárias preventivas, emprego irregular de verba pública, incitação ao crime, falsificação de documentos particulares, charlatanismo, prevaricação, crime contra a humanidade, genocídio de indígenas, crime de responsabilidade e homicídio comissivo por omissão no enfrentamento da pandemia.
“Não vou sugerir indiciamento de agente politico sem que eu tenha aprofundado esta investigação, eu seria irresponsável, mas posso recomendar ao MPF, a PGR e a PF a adoção de algumas medidas e isso eu estou fazendo no meu relatório”, afirmou Marcos Rogério.
“Não vou apresentar o voto como um todo porque como o relator não apresentou o voto dele, então há pontos que posso modificar no meu relatório. Não apresento sugestão de indiciamento porque, no que entendo que caberia o indiciamento, houve o cerceamento do nosso trabalho. Aquelas ações da PF em inquéritos sigilosos, eu não tive acesso e nenhum senador governista [teve]”, disse ainda o senador.
Renan Calheiros, por sua vez, deve pedir o indiciamento de 71 pessoas que apareceram nas investigações da CPI.
Com informações da CNN Brasil