O novo prefeito de Jacobina, cidade a 339 km de Salvador (BA), Tiago Dias (PCdoB), assinou seu primeiro decreto como chefe do Executivo municipal na tarde desta segunda-feira (4): ele reduziu o próprio salário em 92%, e agora receberá o equivalente a um salário mínimo (R$1.100).
"Primeiro decreto assinado e o local escolhido foi o Construindo o Amanhã. Assumo o compromisso de reduzir o meu salário para um salário mínimo. Estamos em um momento de pandemia e quero fazer a minha parte para trazer dias melhores para nossa cidade", disse Dias, que escolheu um centro beneficente voltado a crianças para anunciar seu primeiro ato.
"O prefeito não é melhor que o trabalhador e a trabalhadora. O trabalhador e trabalhadora que ganham salário mínimo, 90% no nosso município, não têm carro à disposição como tenho, abastecido, com motorista. Não têm status de prefeito. Sou difereten do trabalhador? Não. Não posso estar acima nem abaixo do trabalhador, tenho que estar lado a lado", completou o comunista.
Dias trabalhava pela redução do salário do prefeito desde quando era vereador, antes de se candidatar a prefeito no ano passado.
Na última sexta-feira (1º), o novo prefeito foi até a Câmara Municipal da cidade para tomar posse montado em um boi e vestido de vaqueiro.
Na contramão do prefeito de São Paulo
Em outro canto do país, em um de seus primeiros atos, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), fez exatamente o contrário: aumentou o próprio salário em 46,6%.
A proposta foi apresentada poucas semanas após a reeleição de Covas nas eleições municipais de novembro, e aprovada pela Câmara Municipal paulistana graças à maioria favorável ao atual prefeito, que garantiu um placar de 34 votos a favor e 17 contra.
Com o resultado, o salário do prefeito saltará dos 24,1 mil reais atuais para 34,5 mil reais a partir de janeiro de 2022. Além disso, o salário do vice-prefeito foi reajustado em 47% e o dos secretários em 53%.
Nesta segunda-feira (4), o vereador Rubinho Nunes (Patriota) anunciou um processo contra Covas por conta do ato. "Podem ter certeza: os próximos quatro anos serão de pura dor e sofrimento para os aproveitadores que querem enfiar a mão no bolso do cidadão paulistano", disse o parlamentar.