O novo prefeito do Recife (PE), João Campos (PSB), tomou posse na última sexta-feira (1º) e, no mesmo dia, anunciou que seu secretariado seria o primeiro do país a ter paridade de gênero, com metade das secretarias ocupadas por mulheres.
"No dia de hj podemos dizer que fomos além do que havíamos prometido, quando dissemos que pelo menos 50% dos cargos de liderança da prefeitura seriam ocupados por mulheres. Pois somos a primeira capital a ter metade de suas secretarias lideradas por mulheres. #Representatividade", escreveu Campos em suas redes sociais.
Já no sábado (2), o prefeito postou uma foto com toda a sua equipe e, novamente, demonstrou orgulho por ter formado um secretariado dividido igualmente entre homens e mulheres.
"Recife é a primeira capital da história a construir um secretariado com paridade de gênero! São 9 mulheres e 9 homens, cada um e cada uma com competência e grande qualificação para o tamanho dos desafios. Vamos pra cima, time! O Recife conta com a gente", declarou, também através das redes sociais.
Apesar da paridade de gênero ser considerada uma medida importante, João Campos não recebeu apenas elogios, mas também críticas pelo fato de seu secretariado não contar com pessoas negras.
A antropóloga Debora Diniz, por exemplo, expôs a "complexidade" do tema. "Paridade de gênero se realiza, prefeito, na complexidade: quantos homens ou mulheres são negros ou indígenas? Quantos de sua equipe são pessoas com deficiência? Há situações em que o 9 a 9 dá soma zero, pois podem ser variações do mesmo. Espero que tenha abraçado a complexidade", apontou.
Já o jornalista e designer Raife Sales, do Voz das Comunidades, foi mais direto. "Sr. Prefeito, num país de maioria preta, que igualdade é essa?", questionou.
Já alguns internautas optaram pela ironia. "Interessante composição do secretariado desse município da Dinamarca", escreveu um usuário do Twitter.
Confira, abaixo, a repercussão.