O senador Renan Calheiros (MDB-AL) considerou “branda” a punição de censura imposta nesta terça-feira (8) ao procurador Deltan Dallagnol pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). O político escreveu em seu Twitter que deve entrar com ação civil contra o procurador, ex-chefe da Lava Jato, para reparação de danos morais.
“A advertência do CNMP é branda para a odiosa perseguição de @deltanmd contra mim”, escreveu ele, marcando o perfil de Dallagnol na rede. E prosseguiu: “Campanhas políticas opressivas, postagens fakes, investigações sem provas para tornar-me multi-investigado (mais de 2/3 arquivadas pelo STF)”.
E Calheiros terminou a publicação manifestando a intenção de ingressar com o processo judicial. “Entrarei com ação civil para reparação de danos morais.”
Dallagnol foi punido com censura por 9 votos a 1 por postagens em rede social em que ele se posicionou contra a eleição de Calheiros para a presidência do Senado, em 2019. As postagens diziam que, caso o parlamentar fosse eleito, “dificilmente veremos reforma contra corrupção aprovada”.
A penalidade de censura é a segunda mais branda aplicada pelo conselho, depois da advertência. Ela atrasa a progressão na carreira e serve de agravante em outros processos no conselho. Com isso, estima-se que Dallagnol fique sem promoção durante um ano. Os procuradores também podem ser punidos com suspensão, demissão ou cassação da aposentadoria.
O relator dos processos disciplinares contra o ex-chefe da Lava Jato em Curitiba, Otávio Rodrigues, votou a favor da punição e justificou dizendo que Dallagnol "foi além" na intervenção das eleições para presidente do Senado.