A filha e o genro do deputado Celso Russomanno (Republicanos), líder na disputa à Prefeitura de São Paulo, acumulam ao menos 18 processos na Justiça por promoverem um esquema da "pirâmide”, tipo de golpe em que pessoas investem dinheiro e recrutam novos membros para ter ganhos que não se concretizam.
De acordo com reportagem de Bruno Ribeiro, no Estado de S.Paulo, a Justiça já deu aval à reclamação de seis vítimas, que cobram do casal um prejuízo de R$ 4,5 milhões. As pessoas que sofreram o golpe dizem ainda que confiaram em Luara Torres Queiroz Russomanno especialmente por ela ser filha do candidato. Russomano ganhou fama na política como ativista do direito do consumidor.
Em média, vítimas transferiram valores entre R$ 10 mil e R$ 1 milhão, a partir de 2017, em troca de retornos fixos entre 1,5% e 4% ao mês que não se concretizaram, como é típico dos esquemas de pirâmide. As franquias do casal eram do ramo de alimentos e produtos de beleza.
De acordo com a Comissão de Valores Mobiliário (CVM), o negócio do casal era ilegal, uma vez que eles não tinham autorização para oferecer cotas de investimento. Em 2019, a CVM chegou a publicar um alerta no mercado dizendo que a NQZ Participações e Investimentos Ltda, empresa do casal, não estava autorizada a ofertar publicamente "títulos ou contratos de investimento”. Luara e Bruno Neri Queiroz deixaram a empresa em novembro daquele ano para constituir uma nova, a Alternative Assets NQZ Consultoria.
Em resposta à reportagem, Russomano disse que as acusações "não têm nada a ver" com ele e usou como argumento supostos problemas financeiros de Bruno Neri. “Meu genro tem problemas financeiros, assim como milhares de outros brasileiros, e vai responder pelos seus problemas, até porque isso não tem nada a ver comigo”, disse o candidato, sem citar sua filha.