O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) decidiu, nesta terça-feira (22) abrir Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para apurar a conduta do procurador Diogo Castor de Mattos, ex-integrante da Força-Tarefa da Lava Jato de Curitiba, em razão da contratação de outdoor em homenagem à operação. A compra do espaço publicitário teria utilizado laranja.
Por unanimidade, o conselho acompanhou o corregedor nacional do Ministério Público, Rinaldo Reis, e instaurou PAD. Reis pediu a suspensão do procurador por 90 dias, apontando falta funcional e violação dos princípios da moralidade e da impessoalidade.
Segundo nota do CNMP, o corregedor afirmou que a conduta de Mattos em implicou ato de improbidade administrativa ao promover propaganda pessoal, "particularmente em face da utilização indevida de dados de terceiro para se desvincular da realização e contratação formal da publicidade".
A reabertura do caso se deu em razão exatamente deste "terceiro" citado por Reis. Em depoimento prestado pelo cantor gospel João Carlos Queiroz Barbosa à Polícia Federal em fevereiro, ele afirmou que não participou da compra do espaço publicitário, apesar do nome aparecer em contrato. A suspeita é de que o cantor foi usado como “laranja”.
Em julho, Castor admitiu em sindicância do MPF que o financiamento foi dele, mas não foi punido por prescrição.
O outdoor, que foi colocado numa via de acesso ao aeroporto Afonso Pena em março de 2019, tinha fotos de integrantes da operação e a frase: “Bem-vindo à República de Curitiba, terra da Lava Jato, a investigação que mudou o país. Aqui se cumpre a lei".