A bancada do PSOL protocolou na noite de sexta-feira (11) uma representação no Ministério Público Federal (MPF) contra o ministro da Economia, Paulo Guedes, o ex-presidente do Banco do Brasil, Ruben de Freitas Novaes, e o representante legal do BTG Pactual por possíveis irregularidades na venda de carta de crédito por apenas 12,8% do valor, com uma possibilidade de recuperação de 70%.
Conforme revelado pela jornalista Fabíola Salani, na Fórum, na terça-feira, o Banco do Brasil vendeu ao BTG Pactual uma carta de crédito que estava avaliada em R$ 2,9 bilhões por apenas R$ 371 milhões. O BTG Pactual tem entre seus fundadores o ministro da Economia, Paulo Guedes.
A negociação suscitou dúvidas e preocupações tanto do Sindicato dos Bancários de SP quanto da Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (ANABB) e uma fonte do mercado financeiro ouvida pela Fórum afirmou ainda que o BTG está de olho em outras duas carteiras de crédito, de cerca de R$ 1,6 bilhão cada, que atualmente estão sob os ativos da Previ, o fundo de previdência dos funcionários da instituição.
Na representação, o PSOL pediu a imediata anulação da venda e a realização de uma força-tarefa com participação do MPF, do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Controladoria Geral da República, já que pairam inúmeras e recorrentes denúncias de ilegalidades no âmbito dessas operações.
O partido destaca que chegou a pedir explicações sobre a operação na época em que foi realizada, mas a resposta teria sido insuficiente. Na avaliação da sigla, houve possível direcionamento da cessão da carteira de crédito do Banco do Brasil ao BTG Pactual, sem abertura de concorrência e com valor abaixo do mercado, devido à proximidade de Paulo Guedes e Ruben Novaes com a direção do banco privado.