O presidente Jair Bolsonaro usou as redes sociais nesta sexta-feira (7) para comentar sobre o ataque racista sofrido pelo motoboy Matheus em condomínio de luxo de Valinhos (SP), mas não falou sobre a motivação da agressão racista.
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"Independentemente das circunstâncias que levaram ao ocorrido, atitudes como esta devem ser totalmente repudiadas. A miscigenação é uma marca do Brasil. Ninguém é melhor do que ninguém por conta de sua cor, crença, classe social ou opção sexual", escreveu o ex-capitão.
"Que a indignação dos brasileiros sirva de lição para que atos como esse não se repitam. Todos somos iguais! Embora alguns trabalhem para nos dividir, somos um só povo! Meus votos de solidariedade e sucesso ao entregador Matheus, bem como a toda sua família. Deus os abençoe!", disse ainda.
Apesar de parecer um gesto de solidariedade, o teor da mensagem do presidente foi criticado nas redes sociais.
"Ligou o modo Gilberto Freyre 100% Não falam em movimento negro e nem validam tais pautas. Empacotam tudo nessa "miscigenação" e no "somos um só povo" numa tentativa de desvalidar qlqr reivindicação. Um método infelizmente eficaz de silenciamento", escreveu o usuário Astronauta de Mármore.
A jornalista Milly Lacombe também criticou. "Não existe opção sexual, seu cretino dos infernos. É orientação sexual. E esse tweet é pra enganar quem? Você já foi acusado de racismo, de LGBTfobia, de apologia ao estupro, de misoginia, de machismo... tu é um monstro e assim será lembrado", escreveu.
Usuários também lembraram das declarações racistas dadas pelo presidente em discurso realizado no clube Hebraica, no Rio de Janeiro, em abril de 2017. "Eu fui num quilombo. O afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada. Eu acho que nem para procriador ele serve mais. Mais de R$ 1 bilhão por ano é gasto com eles", disse na ocasião.