O deputado estadual Alexandre Freitas (Novo-RJ) associou as deputadas Mônica Francisco e Renata Souza, ambas do PSOL, ao crime organizado. De acordo com as parlamentares, comparação ocorreu pelo fato de serem negras e terem origem em comunidades do Rio de Janeiro. Renata é do Complexo da Maré e Mônica é do Morro do Borel.
"Um deputado do Novo usou o fato de Mônica e eu sermos crias de favela para fazer ilações na tentativa de nos criminalizar. Nada de 'novo' criminalizar gente preta e favelada. O Novo é ter um suposto 'liberal' se aliando ao bolsonarismo rasteiro, ignorante e nocivo. Vergonhoso", escreveu Renata no Twitter, na noite desta quarta-feira (5).
"Ser levianamente associada a facção criminosa por um deputado é mais uma violência que enfrento na Alerj. Não aceito que nenhum parlamentar use sua branquitude para me caluniar nem me reduzir por minha origem e cor. Sou mulher preta, do Borel, e estou deputada, queira ele ou não", afirmou Mônica, na mesma rede social.
De acordo com a coluna de Ancelmo Gois, no jornal O Globo, a fala aconteceu durante a discussão de um projeto que prevê alterações na lei que obriga a instalação de câmeras de vídeo nas viaturas policiais.
"Coincidentemente, duas deputadas do PSOL vieram de comunidades onde a facção que é mais violenta domina essas comunidades. Então eu convido a deputada Mônica e a deputada Renata, da gente ir às suas comunidades para conversar com os vagabundos que estão lá. Junto com a polícia, obviamente. Pois aí elas vão parar de falar tanta bobagem e parar de chamar a polícia do Rio de Janeiro de racista", disse Freitas durante a discussão.