A mistura entre pandemia e crise econômica, ambas vividas simultaneamente por este Brasil governado por Jair Bolsonaro, continua rendendo cenários preocupantes em termos socioeconômicos. Um deles é a debandada de clientes dos planos de saúde em apenas dois meses.
Os números são do IESS (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar) e correspondem aos meses de abril (que registrou 67,4 mil pessoas que abandonaram seus planos de saúde) e maio (outros 216,2 mil casos), ainda no começo da pandemia do coronavírus.
Especialistas acreditam que o balanço final de junho deve manter essa tendência, o que configuraria o pior trimestre da história desse setor no Brasil. Até o momento, já são 283 mil clientes a menos.
Ao mesmo tempo, isso significa que o SUS (Sistema Único de Saúde) passa a contar com centenas de milhares de novos usuários, o que pode levar o sistema a uma sobrecarga nos próximos meses – não só pelo aumento no número de pacientes mas também pelos cortes no seu orçamento, que acontecem com certa frequência desde o início do governo de Michel Temer (2016-2018).
Em maio, 37,8 milhões de usuários (80,7% do total) tinham plano coletivo, dos quais 83% eram coletivos empresariais e 16,4% eram coletivos por adesão – formados por sindicatos e entidades de classe. Os demais são planos individuais.