Preso temporariamente na última sexta-feira (28), na mesma operação que legou o pastor Everaldo, presidente do PSC, à cadeia e afastou Wilson Witzel (PSC) do governo do Rio, o advogado Roberto Bertholdo seria um dos trunfos de Jair Bolsonaro contra o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM).
Segundo o jornalista Luis Nassif, Bertholdo negociou apoios políticos para a reeleição de Rodrigo Maia à presidência da Câmara em encontros na sauna da sua mansão, no Lago Sul de Brasília. "Vinhos finos, lagostas e camarões, preparados pelo próprio anfitrião, completavam os encontros que, aliás, não ficavam restritos a parlamentares", conta Nassif.
Curitibano, Bertholdo foi um dos braços direitos do atual líder do Centrão, deputado Ricardo Barros, ex-Ministro da Saúde no governo Bolsonaro.
Moro
Essa não é a primeira vez que Bertholdo foi preso. De acordo com informações do site Consultor Jurídico, o advogado foi condenado em 2006 por grampear o ex-ministro Sergio Moro, à época titular da 2ª Vara Federal Criminal de Curitiba. Segundo o Ministério Público Federal, Bertholdo grampeou, entre 2003 e 2004, 41 conversas de Moro.
Bertholdo, que chegou a ser preso em 2005 após ser denunciado pelo MPF por suspeitas de lavagem de dinheiro e tráfico de influência, foi condenado a cinco anos e três meses de prisão, em regime semiaberto, por interceptação clandestina e teve multa afixiada em R$ 576 mil pelo juiz Gueverson Rogério Farias.