A Polícia Militar de Goiás intimidou, na noite desta sexta-feira (28), duas pessoas envolvidas em um protesto contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em Caldas Novas (GO), segundo o jornal Folha de S. Paulo.
Bolsonaro esteve na cidade neste sábado (29) para a inauguração de uma usina de energia fotovoltaica.
Na grade do aeroporto, estava pendurada uma faixa em que se lia: “Bolsonaro, o Brasil quer saber: por que o Queiroz depositou 89 mil na conta da sua mulher”. Ela fazia alusão aos depósitos que seu amigo Fabrício Queiroz fez na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro. A pergunta foi repetida de diversas formas ao longo da semana em redes sociais. Isso porque o capitão reformado se recusou a respondê-la a um repórter no domingo (23) e ainda disse que queria dar uma porrada nele por causa do questionamento.
O jornalista Cleomar Almeida relata que a abordagem dos ocorreu em uma oficina onde estavam sendo confeccionadas faixas que foram estendidas na cidade em protesto a Bolsonaro. Além da alusiva ao caso dos R$ 89 mil, outra criticava a alta do dólar.
Com a mobilização na cidade em torno do protesto, dois policiais, um deles identificado apenas como tenente Alexandre, foram ao ateliê onde eram confeccionadas as faixas.
Na sequência, segundo o relato feito ao jornal, os policiais obrigaram o dono do local a entrar na viatura e ir até a casa do pintor Salmeron de Oliveira, que tinha pintado as faixas.
Então, o carro ficou parado, com o rapaz dentro, as luzes giratórias ligadas, por mais de uma hora na frente da casa de Oliveira, que interpretou o ato como uma intimidação.
Os policiais queriam o telefone de um dos organizadores do protesto, Andreazza Joseph Gomes, que providenciou a confecção das faixas. Ele escreveu em seu Facebook que tinha recebido a ligação de um policial dizendo que iria prendê-lo por causa do protesto. Mas os PMs não foram até sua casa.
Depois, ele publicou em seu Facebook: “Pegar um pobre trabalhador confeccionador de faixa e botar dentro de uma viatura é fácil, difícil é prender bandidos de verdade”. Em outra publicação, escreveu que o 26º Batalhaão da PM de Caldas Novas deveria pedir desculpas aos letristas por tê-los colocado em situação tão constrangedora.
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