Bolsonaro e Guedes se reúnem para debater Renda Brasil e auxílio emergencial, mas não chegam a consenso

O ministro, criticado pelo presidente na quarta-feira, afirmou que tudo é questão de "timing"

Bolsonaro e Paulo Guedes - Foto: Marcos Corrêa/PR
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O presidente Jair Bolsonaro convocou uma reunião da cúpula do governo na manhã desta sexta-feira (28) com o objetivo de debater sobre o possível substituto do Bolsa Família, o Renda Brasil, e sobre o auxílio emergencial, que deve diminuir de valor. O ex-capitão havia criticado a proposta inicial do ministro Paulo Guedes e deu três dias para um novo texto, mas ainda há divergências internas.

Segundo informações de Thiago Nolasco e Plínio Aguiar, do portal R7, a discussão sobre o valor do auxílio emergencial avançou e o benefício deve ficar em torno de R$ 300 até o fim do ano, metade do que é pago atualmente aos beneficiários. O governo chegou a cogitar baixar para R$ 200.

Sobre o Renda Brasil, não houve acordo. Segundo informações de Marcello Corrêa, do O Globo, foram apresentadas algumas opções pela equipe de Guedes, mas Bolsonaro não se decidiu.

Na portaria do Ministério da Economia, Guedes afirmou que tudo vai depender do "timing". "Eu sempre repito que o timing, quem dá é a política. Nós temos as simulações todas preparadas, agora o timing, o nível de auxílio emergencial, de Renda Brasil, tudo isso são decisões políticas", declarou.

As críticas do presidente ao plano do ministro fizeram com que investidores especulassem que Guedes poderia deixar o posto. A tese foi desmentida pelo Ministério, em nota, mas a relação entre os dois não anda das melhores.

Na quinta-feira, o ex-capitão atendeu a um apelo do ministro Rogério Marinho, responsável pela pasta do Desenvolvimento Social e desafeto do "super-ministro", e autorizou uma ampliação de gastos com obras em R$ 1,5 bilhão neste ano. Com isso, o orçamento do Pró-Brasil passou para R$ 6,5 bi.