Um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) revelou que o advogado Frederick Wassef recebeu repasses de 2,3 milhões reais entre dezembro de 2018 e maio de 2020, da empresária Bruna Boner Leo Silva, sua ex-mulher e sócia da Globalweb Outsourcing, empresa que possui contratos com o governo federal.
As contas correntes do escritório de Wassef também foram receptoras de recursos depositados pela empresa: cerca de 1,04 milhão de reais. Os dados sobre depósitos e valores, que incluem informações sobre recursos de campanha recebidos pelo advogado, estão enumerados em um documento que o órgão fiscalizador enviou no dia 15 de julho ao Ministério Público Federal do Rio, ao Ministério Público do Rio e à Polícia Federal.
Uma das curiosidades do relatório é a data em que Wassef começou a receber os repasses, segundo o Coaf: dezembro de 2018, pouquíssimo tempo depois de começar a atuar como representante da família Bolsonaro, após a vitória eleitoral do atual presidente.
Outra informação peculiar é o fato de que a empresária Bruna Boner é filha de Maria Cristina Boner Leo, ex-mulher de Wassef, além de fundadora e presidente do Conselho de Administração da empresa Globalweb Outsourcing, a mesma que realizou os repasses ao advogado.
Frederick Wassef se tornou figura de maior notoriedade na mídia depois que a polícia encontrou Fabrício Queiróz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, escondido em uma propriedade sua em Atibaia, em junho passado. Neste mês de agosto ele voltou a ser protagonista de uma polêmica, após uma reportagem da revista Crusoé afirmar que ele recebeu 9 milhões de reais da JBS, entre 2015 e 2020.
As informações foram reveladas em matéria do jornal O Globo, que procurou tanto Wassef como as empresárias Bruna Boner e Maria Cristina Boner, mas todos eles preferiram não fazer comentários sobre o relatório neste momento.