O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), revelou nesta sexta-feira (21) os bastidores da votação que manteve o polêmico veto 17 do presidente Jair Bolsonaro, que impedia ao reajuste salarial e progressão de carreira de servidores de saúde, educação, limpeza urbana, segurança e serviço funerário até o fim de 2021.
Rodrigo Maia revelou em entrevista ao Expresso CNN, da CNN Brasil, que foi pego de surpresa com o resultado do Senado (que derrubou o veto) e se articulou junto ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para adiar a votação a fim de conseguir garantir maioria.
"Quando a gente recebeu o resultado do Senado tanto eu quanto o Davi Alcolumbre ficamos surpreendidos, ninguém esperava aquele resultado. "Eu sugeri adiar ao Davi a votação, falei 'a gente vai perder porque o clima do Senado vai contaminar a Câmara' e não vamos conseguir organizar a votação como precisamos", revelou Maia.
"Ligamos pro Marcos Pereira, que compreendeu que era importante o adiamento, porque uma votação como essa precisa ser trabalhada. Conseguimos adiar e comecei a trabalhar com as bancadas", completou.
Segundo Maia, "a reação da equipe econômica" poderia contaminar o debate na Câmara. O parlamentar destacou que não acredita que o impacto orçamentário seria do tamanho que Guedes afirmou.
Para garantir o sucesso do acordão, Maia revelou que acionou o ministro Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo. "Muito do que fiz ontem foi pelo bom diálogo com Ramos. Ele tem sido um bom articulador", disse ainda.