Maia revela que manobrou votação para conseguir manter veto ao reajuste de servidores

"Eu sugeri ao Davi adiar a votação, falei 'a gente vai perder porque o clima do Senado vai contaminar a Câmara'", afirmou o presidente da Câmara à CNN Brasil

Michel Jesus/Câmara dos Deputados
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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), revelou nesta sexta-feira (21) os bastidores da votação que manteve o polêmico veto 17 do presidente Jair Bolsonaro, que impedia ao reajuste salarial e progressão de carreira de servidores de saúde, educação, limpeza urbana, segurança e serviço funerário até o fim de 2021.

Rodrigo Maia revelou em entrevista ao Expresso CNN, da CNN Brasil, que foi pego de surpresa com o resultado do Senado (que derrubou o veto) e se articulou junto ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para adiar a votação a fim de conseguir garantir maioria.

"Quando a gente recebeu o resultado do Senado tanto eu quanto o Davi Alcolumbre ficamos surpreendidos, ninguém esperava aquele resultado. "Eu sugeri adiar ao Davi a votação, falei 'a gente vai perder porque o clima do Senado vai contaminar a Câmara' e não vamos conseguir organizar a votação como precisamos", revelou Maia.

"Ligamos pro Marcos Pereira, que compreendeu que era importante o adiamento, porque uma votação como essa precisa ser trabalhada. Conseguimos adiar e comecei a trabalhar com as bancadas", completou.

Segundo Maia, "a reação da equipe econômica" poderia contaminar o debate na Câmara. O parlamentar destacou que não acredita que o impacto orçamentário seria do tamanho que Guedes afirmou.

Para garantir o sucesso do acordão, Maia revelou que acionou o ministro Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo. "Muito do que fiz ontem foi pelo bom diálogo com Ramos. Ele tem sido um bom articulador", disse ainda.

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