O mundo político continua reagindo a ação raivosa dos grupos fundamentalistas religiosos neste domingo contra a menina de 10 anos que abortou uma gravidez que teve após ser estuprada por um tio.
Nesta segunda-feira (17), o deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) enviou um requerimento ao STF (Supremo Tribunal Federal) pedindo a abertura de uma investigação contra a ativista bolsonarista Sara Giromini, mais conhecida nas redes sociais como Sara Winter.
A solicitação de Padilha é direcionada especificamente ao ministro Alexandre de Moraes, que chegou a pedir a prisão preventiva de Winter meses atrás, quando ela fez ameaças contra o próprio ministro e seus colegas do STF, mas depois terminou soltando.
No requerimento, o deputado petista recorda o comportamento de Winter naquele episódio e o compara com sua responsabilidade nos acontecimentos deste fim de semana. A ativista bolsonarista foi o estopim do protesto, ao difundir nas redes sociais algumas informações sobre a menina, inclusive revelando seu verdadeiro nome e o endereço do hospital em Recife onde foi realizado o aborto.
A influencer de extrema direita também fez um chamado aos seus seguidores em Pernambuco para que protestassem em frente ao hospital, o qual foi atendido por grupos extremistas religiosos, como comprovam os diversos vídeos produzidos na tarde de ontem.
“Sara Winter deve responder pelo crime que cometeu, ao revelar o nome da vítima e o endereço onde ela realizaria o aborto, que estava amparada pela lei. A criança estava sob proteção do estado. Ela é claramente uma ameaça à sociedade. Não podemos normalizar essa situação”, comentou o deputado e ex-ministro da Saúde durante o governo de Dilma Rousseff.
Padilha também pede que Moraes avalie se Sara Winter está cumprindo as condições estabelecidas em junho para que pudesse ganhar sua liberdade condicional.
“Sara Winter é um perigo, e já faz tempo, desde que movimentou os grupos para fechar o STF. Agora chama uma menina de 10 anos de ‘assassina’, por realizar um aborto amparado na lei. Coloca sua horda para invadir hospitais e agredir funcionários. Ela precisa ser impedida!”, insistiu o deputado.