Após cancelar depoimento, desembargador suspende investigação contra Paulo Guedes sobre fundos de pensão

Segundo promotores, Guedes seria o responsável por crimes de gestão fraudulenta e temerária à frente de dois fundos de investimentos (FIPs) que receberam R$ 1 bilhão, entre 2009 e 2013, de fundos de pensão ligados a empresas públicas

Paulo Guedes (Divulgação/ Ministério da Economia)
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Pouco mais de dois meses após cancelar o depoimento de Paulo Guedes na operação Greenfield, o desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região, suspendeu nesta sexta-feira (14) as investigações que apuram fraudes cometidas pelo ministro da Economia de Jair Bolsonaro em fundos de pensão das empresas estatais.

“Devaneios”: Guedes ataca MPF sobre investigação de fraude de R$ 1 bilhão em fundos de pensão das estatais

Segundo promotores, Guedes seria o responsável por crimes de gestão fraudulenta e temerária à frente de dois fundos de investimentos (FIPs) que receberam R$ 1 bilhão, entre 2009 e 2013, de fundos de pensão ligados a empresas públicas.

Na decisão, Ney Bello atendeu pedido de advogados do ministro e suspendeu por 40 dias as investigações. Ficou marcado para o dia 22 de setembro julgamento em que a 3ª Turma do TRF irá dizer se a apuração deve prosseguir ou não.

Ataques ao MPF
Em manifestação protocolada nesta semana no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre ação do PDT que pede o afastamento do cargo até a conclusão das investigações, a defesa do ministro ataca procuradores dizendo que “os devaneios do Ministério Público não indicam qualquer infringência às regulamentações de mercado”.

“Não é que houve todo um processo administrativo junto à CVM [Comissão de Valores Mobiliários], com base em fundadas suspeitas de infração, no qual tenham os administradores e gestores sido absolvidos a partir de longa produção probatória. Não! Sequer se verificou mínimo indício de ato ilícito para instauração do inquérito, já que os devaneios do Ministério Público não indicam qualquer infringência às regulamentações de mercado. Nada – absolutamente, nada – que fuja ao padrão foi detectado. Não há o que se apurar!”, diz o documento, recheado de exclamações e expressões de ataques aos procuradores.