O presidente Jair Bolsonaro anunciou em transmissão ao vivo, realizada na noite desta quinta-feira (30), que decidiu apagar o vídeo em que acusa a jornalista, pesquisadora e escritora Bianca Santana de fake news. Ele pediu desculpas e disse que "também erra".
"Eu erro também, né. Lamento o ocorrido da live de 28 de maio, peço desculpas à jornalista Bianca Santana. Fiz referência a várias reportagens fake news, e uma eu falei que era dela, mas não era", disse o presidente.
Ao justificar seu erro, Bolsonaro afirmou que o nome da jornalista constava na página lida por ele naquele dia, e que isso teria gerado a confusão. A reportagem citada pelo ex-capitão foi publicada pelo site Huffpost em 2018 sobre propaganda eleitoral do PT barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Após a acusação feita na live, Bianca precisou entrar na Justiça e pedir indenização por danos morais. Nas redes sociais, ela disse que a menção ao seu nome não foi "meramente um erro" e que, para ela, o presidente não se equivocou.
"Na página em que está publicada a notícia lida por Jair Bolsonaro, não há o meu nome. Por que o presidente insiste, com outra informação falsa? Bolsonaro não se equivocou, ele violou direitos e provocou um dano à minha honra", escreveu a jornalista.
"Na semana quando fui citada pelo presidente, havia escrito um texto sobre as relações da família Bolsonaro com a milícia acusada do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes. Durante a live, Bolsonaro segurava um papel em que é possível ver uma fotografia de Marielle. Por que o meu nome estava na mesa do presidente naquele dia?", questionou.
A jornalista afirmou ainda que seu processo contra o presidente engloba uma denúncia contra os ataques frequentes do presidente contra jornalistas mulheres e que, caso receba indenização, o dinheiro será doado "para a busca de justiça pelo assassinato de Marielle Franco".
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