O ex-presidente nacional do PT, Tarso Genro, defende que seu partido abandone a candidatura própria para apoiar Guilherme Boulos e Luiza Erundina, do PSOL, nas eleições de São Paulo. O PT, no entanto, já afirmou que deve lançar o ex-deputado Jilmar Tatto na capital paulista.
A estratégia, segundo Tarso, ajudaria a construir uma frente ampla de esquerda para as eleições de 2022. “É preciso saber selecionar não só quem é o melhor candidato, mas também quem tem mais possibilidades de unificar [a esquerda]”, afirma o petista, em entrevista ao jornal Valor Econômico.
Para Tarso, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) e Boulos são os nomes de esquerda com maior força política para construir uma frente ampla. Ele afirma, no entanto, que Haddad deve se "preservar" para 2022.
"Não tenho nenhuma restrição de princípios em relação a Jilmar Tatto, mas sim ao fato de o PT forçar ter a cabeça de chapa. O PT precisa se abrir e mostrar a grandeza política que temos. Sabemos ser tanto cabeça de chapa como apoiar outro candidato”, diz Tarso. “É preciso ter grandeza política para ter um candidato de unidade", continuou.
Guilherme Boulos, líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), venceu a prévia realizada pelo PSOL neste domingo (19) e será o candidato a prefeito do partido na cidade de São Paulo.
A dupla teve 61% dos votos dos filiados do PSOL. Disputaram com Boulos a indicação do partido para concorrer à prefeitura de São Paulo a deputada federal Sâmia Bomfim e o deputado estadual Carlos Gianazzi.