O ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, disse que estuda uma reação junto às Forças Armadas e à Advocacia-Geral da União (AGU) contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, que acusou o Exército de estar se associando a um “genocídio” na pandemia.
Em entrevista ao jornal Estado de S.Paulo, Azevedo disse estar “indignado” com o que ele considera serem “acusações levianas” do ministro do Supremo. O general não descarta uma ação na Justiça contra Gilmar.
Fala do ministro do STF foi feita no sábado (11), durante debate online promovido pela revista IstoÉ e pelo Instituto Brasiliense de Direito Público.
Na conversa, o magistrado subiu o tom contra os militares ao afirmar que o Exército “está se associando a um genocídio”, se referindo ao fato do Ministério da Saúde estar hoje sob o comando interino do general Eduardo Pazuello, desde a saída de Nelson Teich, e à verdadeira ocupação militar que sofre a pasta, onde já foram nomeados mais de 20 nomes ligados às Forças Armadas.
Neste domingo (13), Gilmar Mendes voltou a tratar do assunto em tom crítico, desta vez através do Twitter.
“No aniversário do projeto que leva o nome de Rondon, grande brasileiro notabilizado pela defesa dos povos indígenas, registro meu absoluto respeito e admiração pelas Forças Armadas Brasileiras e a sua fidelidade aos principios democráticos da Carta de 88. Não me furto, porém, a criticar a opção de ocupar o Ministério da Saúde predominantemente com militares. A política pública de saúde deve ser pensada e planejada por especialistas, dentro dos marcos constitucionais. Que isso seja revisto, para o bem das FAs e da saúde do Brasil”, escreveu o ministro.