O presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido-RJ) elogiou, em abril, durante solenidade no Palácio do Planalto, o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio de Noronha, o mesmo que concedeu, nesta quinta-feira (9), prisão domiciliar a Fabrício Queiroz e a sua esposa, Márcia Aguiar.
Na ocasião, como bem lembrou o site Congresso em Foco, Bolsonaro disse que quando conheceu Noronha viu que foi “um amor à primeira vista”.
"Prezado Noronha, permita-me fazer assim, presidente do STJ. Eu confesso que a primeira vez que o vi foi um amor à primeira vista. Me simpatizei com Vossa Excelência. Temos conversado com não muita persistência, mas as poucas conversas que temos o senhor ajuda a me moldar um pouco mais para as questões do Judiciário. Muito obrigado a Vossa Excelência”, disse o presidente (veja o discurso na íntegra no site da Presidência).
A frase foi dita por Bolsonaro durante a posse de André Mendonça (ministro da Justiça) e de José Levi (Advogado-geral da União).
Decisão polêmica
Acusado de ser o operador do esquema de “rachadinhas” que funcionava dentro do gabinete do então deputado Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) se prepara para deixar o presídio de Bangu 8, onde está preso desde o dia 18 de junho, na manhã desta sexta-feira (10).
A concessão de um habeas corpus a Queiroz e à mulher, Márcia Oliveira Aguiar, se deu por decisão polêmica do presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio Noronha, que nos bastidores faz campanha para ser alçado por Jair Bolsonaro a uma das cadeiras que ficarão vagas no Supremo Tribunal Federal (STF) durante o mandato presidencial do capitão, amigo há décadas do ex-PM, que assessorou Flávio e tem estreitas ligações com a milícia de Rio das Pedras, no Rio de Janeiro.