O vereador Leonel Brizola Neto (PSOL) detalhou nesta terça-feira (9) sobre os passos que estão sendo dados na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro para conter as ameaças frequentes de Carlos Bolsonaro (Republicanos) aos colegas de parlamento.
Brizola Neto fez nesta terça uma comunicação ao Conselho de Ética e à Presidência da Câmara sobre ameaças feitas por Carlos a ele no grupo de WhatsApp da Câmara. O canal tem sido usado durante a pandemia do coronavírus como uma extensão oficial da Casa Legislativa.
"Ele nunca vem debater na Câmara, sempre fica com a imagem oculta e não aparece para debater em momento nenhuma, mas como a gente tem um grupo no WhatsApp onde a gente encaminha sobre a Covid, ali ele se manifesta só com xingamentos e ali ele fez uma ameaço de fato", relatou em entrevista à Fórum.
"Quando eu falei ‘Carlos, vem debater no plenário, você é filho do presidente, pode nos ajudar com recursos’, ele chamou para agressão e disse ‘me encontre na Câmara dos Vereadores, debato quando você quiser, estou te esperando lá’. A Câmara está fechada, o ambiente é virtual. Não foi um convite para um café. Eu me senti ameaçado e por isso fiz a comunicação à Comissão de Ética e à presidência da Câmara, que agora vai encaminhar", declarou.
Brizola Neto afirma que teme por conta dos possíveis elos do Clã Bolsonaro com milícias e grupos paramilitares. "Claro que eu fico assustado, a família dele tem ligação com grupos de extermínio e a milícia é gravíssima, os familiares do Adriano estavam no gabinete do Flávio Bolsonaro… É tudo em conjunto os três. Há indícios, de fato, de relação com grupos de extermínio e da milícia, além de sempre defenderem, darem medalha…", disse ainda.
Questionado se observa alguma correlação do comportamento de Carlos na Câmara com a atuação em Brasília, Brizola afirma: "Fica lógico. Você vê que desde o Gabinete do Ódio começaram os xingamentos na internet, os ataques. Ele estava em Brasília, nunca na Câmara dos Vereadores, toda vez que havia uma crítica ao Governo Federal ele faz e posta ameaças no WhatsApp".
Segundo o parlamentar, o Conselho de Ética vai se reunir na quarta-feira para deliberar sobre a questão. Como o pedido foi feito por meio de comunicado, e não de maneira formal por conta da pandemia, o órgão vai discutir o que fazer. "No ambiente virtual é impossível colher as assinaturas para um pedido de cassação, mas eu tenho o direito de fazer essa comunicação e o presidente do Conselho acolheu", detalhou.