Logo após confirmar que pediu demissão do Ministério da Educação ao presidente Jair Bolsonaro, o agora ex-ministro Carlos Alberto Decotelli afirmou na tarde desta terça-feira (30) que a principal motivação foi a nota publicada pela Fundação Getúlio Vargas.
"A destruição da continuidade veio pelo fato da construção fake da Fundação Getúlio Vargas divulgar que eu nunca fui professor da Fundação Getúlio Vargas. Esta informação fez com que o presidente me chamasse e dissesse que 'se até a FGV, onde o senhor trabalha há 40 anos, está negando que o senhor é professor', é impossível o governo continuar sendo questionado, o que tornou inviável a minha inviável", afirmou o militar economista em entrevista ao jornalista William Waack, do Jornal da CNN.
Em nota, a FGV afirmou que Decotelli "não foi pesquisador da FGV, tampouco teve pesquisa financiada pela instituição". "Atuou apenas nos cursos de educação continuada, nos programas de formação de executivos e não como professor de qualquer das escolas da Fundação", afirmou ainda instituição.
"O presidente me convidou para fazer um trabalho de gestão, integração e diálogo. Comecei a trabalhar em um projeto para o comando do MEC e esse projeto foi questionado pelo fato da minha inconsistência curricular. Inconsistências que são explicáveis no mundo acadêmico", completou.
Decotelli, nomeado na última quinta-feira, apresentou carta de demissão ao presidente após seu currículo acadêmico e militar passar por um verdadeiro "desmanche".
Segundo as jornalistas Renata Agostini e Thais Arbex, da CNN Brasil, os dois principais cotados para assumir o MEC são Anderson Ribeiro Correia, reitor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), e Gilberto Garcia, ex-presidente do Conselho Nacional de Educação. Garcia possui o apoio da bancada evengélica e de entidade católicas, enquanto Correia é defendido pelos militares.