O governo de Jair Bolsonaro suspendeu, em 15 de março de 2019, uma multa de R$ 27 milhões aplicada a um consórcio de empresas que não entregou os serviços contratados à Dataprev.
Entre os membros do grupo está a Globalweb Outsourcing, empresa de informática fundada por Cristina Boner Leo, ex-esposa de Frederick Wassef, ex-advogado de Flávio Bolsonaro.
Segundo Juliana Dal Piva, do jornal O Globo, o consórcio MG2I foi contratado em 2014 por R$ 17 milhões para estruturar um sistema de tecnologia para a Dataprev. O contrato previa a entrega dos serviços até 2015, o que nunca aconteceu.
Em abril de 2018, a estatal decidiu rescindir o contrato com o consórcio, relatando o atraso na entrega dos serviços. No documento, consta que, “devido aos constantes descumprimentos contratuais retratados”, o órgão havia decidido “rescindir o contrato unilateralmente, assim como suspender o direito de licitar e de contratar de todas as empresas participantes deste consórcio”.
Em 2019, no entanto, o governo Bolsonaro decidiu anular a punição. No Diário Oficial da União (DOU) de 15 de março do ano passado, consta que a Dataprev e o consórcio MG2I “acordam pela suspensão de comunicação de rescisão e da aplicação de sanções contratuais previstas na CE/DGFC nº 428/2018”, e que o contrato foi prorrogado até outubro deste ano.
Cristina, no entanto, foi proibida judicialmente em 2019 de contratar com o Poder Público ou receber benefícios pelo período de três anos. De acordo com o processo judicial, houve direcionamento de licitação para a contratação da empresa B2BR, cuja representante na época era Cristina, pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan). O valor do contrato era de R$9,8 milhões.
A Globalweb Outsorcing já recebeu R$ 41 milhões em contratos assinados com o governo de Jair Bolsonaro. Conforme noticiado pela Fórum nesta segunda-feira (22), ao menos R$ 12,6 milhões deste valor foi fechado com o Ministério da Educação.