A ex-esposa de Frederick Wassef, amigo do presidente Jair Bolsonaro e ex-advogado de Flávio Bolsonaro, Maria Cristina Boner Leo, foi proibida judicialmente em 2019 de contratar com o Poder Público ou receber benefícios pelo período de três anos.
No entanto, a Globalweb Outsorcing, empresa de informática de Maria Cristina e que hoje é administrada por sua filha, Bruna Boner Leo, já recebeu R$ 41 milhões em contratos assinados com o governo de Jair Bolsonaro. Conforme noticiado pela Fórum nesta segunda-feira (22), ao menos R$ 12,6 milhões deste valor foi fechado com o Ministério da Educação.
A decisão que impediu Maria Cristina de contratar com o Poder Público foi decretada em 24 de junho de 2019. De acordo com o processo judicial, houve direcionamento de licitação para a contratação da empresa B2BR, cuja representante na época era Cristina, pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan). O valor do contrato era de R$9,8 milhões.
"A requerida participou de esquema ilícito com agentes públicos, e foi favorecida em contratação com o Poder Público, posteriormente reconhecida como nula", diz o processo.
Representação no TCU
O fato de a empresa estar vinculada a Maria Cristina, associado ao aumento considerável no volume de pagamentos à Globalweb Outsourcing durante a gestão Bolsonaro, levantou suspeitas no Ministério Público de Contas.
De acordo com Reinaldo Azevedo, no UOL, em reportagem publicada nesta terça-feira (23), o órgão entrou com uma representação junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) pedindo que se apure se Wassef teve alguma interferência nos contratos entre o governo e a empresa de Maria Cristina.
Até então, Wassef tem dito que os negócios da empresa não têm relação com ele. No entanto, até o ano passado, de acordo com o UOL, o advogado era representante legal de Cristina em processos judiciais.