Parlamentares da oposição condenaram nesta quinta-feira (18) a revogação da portaria que garantia a política de cotas nos programas de pós-graduação do país. A medida foi publicada pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub.
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A norma foi publicada originalmente em maio de 2016 por Aloizio Mercadante, ministro da Educação do governo de Dilma Rousseff, como estímulo ao acesso de pessoas negras, indígenas e com deficiência nos programas de pós-graduação.
"No seu canto do cisne, Weintraub revela a que veio: destruir uma das políticas mais acertadas para reduzir a desigualdade no Brasil", afirmou o deputado Alexandre Padilha (PT-SP), em entrevista à Fórum.
Para Rogério Correia (PT-MG), decisão do ministro é "reacionária, racista e vingativa", mas afirma que medida será derrotada no Congresso.
"Weintraub depois de perder por 9x1 no STF e seguir investigado por crimes contra a democracia, usa o MEC para atacar as cotas raciais e a inclusão de negros na universidade. Atitude reacionária, racista e vingativa! Será derrotado mais uma vez", disse.
No Twitter, diversos outros deputados comentaram a decisão do ministro, que deve ser demitido do governo Bolsonaro até sexta-feira (19).
"Com um pé pro lado de fora do MEC, Weintraub assina um último ataque: revogou portaria q exige inclusão de pessoas negras, indígenas e com deficiência nos programas de pós-graduação das Universidades. Retrocesso é a diretriz do governo", afirmou Maria do Rosário (PT-RS).
A deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) lembrou nas redes sociais que as universidades federais ainda têm autonomia sobre o tema e devem optar por manter as cotas na pós-graduação.
"Deve ser o último fracasso desse energúmeno no MEC. As universidades tem autonomia sobre o tema. Estamos preparando um Projeto de Decreto Legislativo para derrubar a medida", escreveu.
A União Nacional dos Estudantes (UNE) também se pronunciou, classificando a medida como "muito grave" e pedindo ao Congresso que atue contra a decisão.
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