Esquecido pela Globo e longe dos holofotes das grandes empresas de comunicação, o ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro aceitou participar de uma live com o movimento Vem Pra Rua, que serviu como linha auxiliar da Lava Jato no processo do golpe que levou Jair Bolsonaro à Presidência.
Na conversa com Rogério Chequer, um dos líderes do movimento, Moro foi indagado sobre as críticas de grupos da extrema-direita pela "forma" com que deixou o governo.
"Muita gente questiona e questiona a gente sobre isso: 'ah, ele não deveria ter feito isso'. Eles acham que a sua saída deveria ter sido à francesa, mais calado sobre os problemas que observava e sem as críticas ao governo e ao presidente. Tirando os radicais, o argumento principal é que isso teria prejudicado o governo. O que você diria a essas pessoas?", perguntou Chequer.
Mostrando certo constrangimento, Moro responde dizendo que não teve a intenção de prejudicar Bolsonaro e que foi "surpreendido" com a abertura do inquérito pela Procuradoria-Geral da República a respeito dos supostos crimes cometidos por Bolsonaro que foram denunciados por ele em sua declaração demissionária do governo.
"Eu estava diante de um caso, na minha avaliação, de interferência arbitrária na Polícia Federal e esses fatos tinham que ser informados. Não que havesse (SIC) o inquérito. Eu até fui surpreendido pela abertura desse inquérito depois, não para que isso fosse utilizado com alguma finalidade para prejudicar o presidente. Mas, a ideia foi levar esses fatos a tona para proteger a Polícia Federal de interferência. Eu acho que isso é importante e coerente com minha história como juiz", respondeu Moro.