Um artigo publicado nesta semana pela prestigiada revista britânica The Economist, de reconhecida linha editorial liberal, analisa o governo de Jair Bolsonaro no Brasil a partir de uma pergunta, que aparece já no título do texto: seria ele uma ameaça à democracia?
A resposta também está no artigo, que enumera os ataques realizados por ele e seus ministros às instituições democráticas nos últimos tempos, como a guerra declarada ao STF (Supremo Tribunal Federal) e ao Congresso, atiçando seus seguidores em manifestações pelo fechamento de ambos os poderes, além da briga contra governadores e prefeitos resistentes a medidas de abertura da economia em meio à pandemia do coronavírus – que tem no Brasil seu epicentro mundial atual.
O artigo também traz comentários de Oscar Vilhena Vieira, diretor da Faculdade de Direito da FGV (Fundação Getúlio Vargas), para quem “a democracia brasileira está sob uma grave ameaça (…) O presidente não vem tentando apenas criar um conflito institucional, mas também está estimulando grupos violentos”.
Segundo a The Economist, “durante seus 28 anos como deputado, Bolsonaro nunca mostrou muito respeito pela democracia, e se tornou mais controverso por duas razões. Em primeiro lugar, o STF iniciou investigações que o envolvem. Uma delas tem a ver com a destituição do diretor da Polícia Federal para proteger um dos seus filhos contra um processo. A outra se refere a apoiadores (incluindo dois filhos dele), suspeitos de orquestrarem acusações falsas e ameaças contra ministros do STF”.
No entanto, a revista britânica também acredita que “Bolsonaro não parece forte o suficiente para realizar um golpe. Ele não conta com o apoio da maioria dos governadores estaduais, e apesar de o vírus ter desativado temporariamente o Congresso, o STF está agindo de uma forma surpreendentemente”.
O artigo na íntegra pode ser lido neste link.