Incentivados pelo discurso racista, anticomunista, armamentista e LGBTfóbico do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido-RJ), grupos radicais de extrema direita e de inspiração hitlerista têm proliferado nas redes e até mesmo, em alguns casos, nas ruas.
De acordo com levantamento da Safernet, organização não-governamental que promove os direitos humanos na rede e monitora sites radicais, em maio de 2020 foram criadas 204 novas páginas de conteúdo neonazi, ante 42 no mesmo mês do ano passado e 28 em maio de 2018.
Para a organização, há uma relação de causalidade entre o que diz e faz o presidente e esta radicalização nas redes. Em nota, a entidade afirmou ser "inegável que as reiteradas manifestações de ódio contra minorias por membros do Governo Bolsonaro têm empoderado as células neonazistas no Brasil”. A reportagem do El País pediu um comentário do Planalto sobre estes dados, mas não obteve resposta.
A antropóloga da Universidade de Campinas Adriana Dias, especialista no tema, também dentificou 334 células neonazistas em atividade no país no final de 2019, a maioria ainda ativa hoje. Cada célula tem entre 3 e 30 pessoas, de acordo com ela. “Existem grupos ou células neonazistas que têm se aproximado mais do bolsonarismo e dos atos recentes de rua”, afirma Dias. Segundo ela, existem os “autointitulados soberanistas [ligados ao filósofo Olavo de Carvalho, guru intelectual do clã Bolsonaro], que aparecem em células neonazistas no Paraná, Distrito Federal, São Paulo e em Goiânia”, afirma.
Leia reportagem completa no El País