Após a divulgação do vídeo da reunião ministerial com o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido-RJ), onde o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirma que o governo deveria aproveitar o momento da pandemia para “passar a boiada”, a Abihpec (associação da indústria de cosméticos) decidiu, nesta quarta-feira (27), sair do manifesto em apoio ao Ministério do Meio Ambiente elaborado por entidades.
O pavio foi aceso quando associadas da Abihpec, como Grupo Boticário, Natura e L’Occitane divulgaram em suas redes sociais que não aprovaram a fala. Procurada, a entidade diz que a decisão de deixar o manifesto foi unânime em seu conselho.
Escândalo internacional
Salles virou escândalo internacional por conta da sua fala na reunião. Até a ativista sueca Greta Thunberg se manifestou sobre a fala do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, na reunião ministerial do governo Bolsonaro, que foi divulgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Greta cita trecho da declaração de Salles, onde ele defende “fazer um esforço enquanto estamos neste momento calmo em termos de cobertura da imprensa, porque eles estão falando apenas do Covid-19?. E completa:”Imagine as coisas que foram ditas fora da câmera… nosso futuro comum é apenas um jogo para eles. #SalvemAAmazônia”.
Transferências milionárias
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) quebrou o sigilo do ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, e descobriu transferências milionárias entre contas controladas por ele. As informações são da Revista Crusoé. A reportagem afirma ainda que as investigações do MP agora tentam avançar nas suspeitas de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.
De acordo com as informações, Salles repassou R$ 2,75 milhões da conta de seu escritório de advocacia para a sua conta pessoal em 54 transferências, feitas entre 2014 e 2017.