Durante a já épica live da demissão do ministro Sérgio Moro, Jair Bolsonaro afirmou que um dos problemas do ex-ministro é que a PF (Polícia Federal), sob seu comando, não estava empenhada em descobrir “quem mandou matar Jair Bolsonaro”.
Porém, segundo o procurador Marcelo Medina do MPF (Ministério Público Federal) em Juiz de Fora, responsável pelo caso, tampouco existe esse empenho por parte do presidente e sua defesa.
Medina assegura que a investigação da sua equipe, junto com a PF, não encontrou nenhum indício de que a ação de Adélio Bispo de Oliveira tenha sido encomendada por terceiros, e que a defesa do presidente não só é ciente disso como estaria aparentemente de acordo com esta situação.
“Tanto não há falta de empenho (da PF, em encontrar o suposto mandante) que não há diligências pendentes indicadas pela banca de advocacia do presidente”, afirma o procurador.
Além, disso, Medica conta que “tivemos acesso a todas as contas de e-mail, a todas as mensagens do Facebook e das demais redes sociais, a todas as mensagens e ligações, ao histórico de ligações de todos os chips que foram usados por ele nos últimos anos, buscando estabelecer correlação com possíveis interessados no homicídio do presidente”.
A versão de Medina contradiz um dos momentos mais recordados do pronunciamento de Bolsonaro, feito há 8 dias atrás, quando criticou o ex diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, dizendo que “será que é interferir na Polícia Federal quase que exigir e implorar a Sérgio Moro que apure quem mandou matar Jair Bolsonaro? A Polícia Federal de Sérgio Moro mais se preocupou com Marielle do que com seu chefe supremo. Cobrei muito dele isso aí. Não interferi”.