O diretor jurídico da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Helcio Honda, deixou a vice presidência do Instituto Brasil 200 em 11 de fevereiro deste ano. Apesar do grupo se classficar como apartidário, o coletivo de empresários atuou ativamente na arrecadação de recursos para a campanha eleitoral de Jair Bolsonaro em 2018 e, neste mês, passou a articular ataques contra o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), em apoio ao ex-capitão.
Leia também: Quem são os empresários do Brasil 200 que apoiam o golpe convocado por Bolsonaro
A articulação veio por parte de um dos membros do Brasil 200, o dono da rede de academias Bio Ritmo e Smart Fit, Edgard Coron. Em mensagens ao grupo, ele pede para empresários "impulsionarem" os vídeos contra Maia. "Precisamos de dinheiro para investir em mkt (marketing)”, escreve.
De acordo com o empresário, o Brasil 200 está “preocupado com os rumos da reforma tributária no Congresso” e que, nas mensagens, apenas afirmou ser necessário “recursos para divulgar, dentro da lei, a nossa posição”.
A troca de mensagens entre empresários, no entanto, chegou até parlamentares e preocupou o legislativo, já que o grupo tem grande poder financeiro para disparar ataques nas redes.
Em contato com a Fórum, Helcio afirmou que é "inverídico atribuir qualquer participação da minha pessoa em qualquer ato ou manifestação praticada pela entidade", em referência ao patrocínio de vídeos convocando o ato golpista do próximo dia 15 de março.
No entanto, em carta endereçada ao instituto no dia de sua desfiliação, o advogado escreveu que "continua a disposição para emprestar todo o meu apoio aos projetos e realizações desenvolvidos pelo Instituto".