Reportagem de Melquíades Júnior, do Diário do Nordeste, comprovou que os policiais militares amotinados em um batalhão em Sobral, no Ceará, responsáveis pelos tiros que atingiram o senador Cid Gomes (PDT-CE) agem sob o comando de três políticos do estado ligados a Jair Bolsonaro.
O jornalista acompanhou de dentro do Batalhão do Raio e da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer), onde ocorreram os disparos contra Cid, as trocas de informações entre os amotinados e os políticos bolsonaristas: o deputado federal Capitão Wagner, o deputado estadual Soldado Noelio e o vereador de Fortaleza, Sargento Reginauro, todos do Partido Republicano da Ordem Social (PROS).
Os dois deputados foram eleitos em 2019 na esteira da onda bolsonarista e ostentam em suas redes sociais diversos atos de campanha para o presidente.
A articulação dentro do batalhão estava sendo feita pelo vereador de Sobral, Sargento Ailton, que foi expulsondo partido Solidariedade nesta sexta-feira (21) por ser um dos líderes do atentado contra o senador do PDT.
Segundo relatos da reportagem, Ailton dizia, em determinado momento, que não paravam de chegar mensagens vindas de Capitão Wagner, deputado Noélio e Sargento Reginauro.
O jornalista ainda relata que a maioria dos amotinados são jovens, de pouco mais de 20 anos. Os PMs vestiam preto, mesma cor dos óculos, bonés e balaclavas que usam para não ser identificados e punidos.