O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) publicou em seu Twitter, na tarde desta terça-feira (18), um vídeo da necrópsia realizada no cadáver do ex-PM Adriano da Nóbrega, ex-chefe da milícia Escritório do Crime.
As imagens são fortes. Com elas, Flávio Bolsonaro, que era próximo ao miliciano e chegou a defendê-lo e homenageá-lo em diversas ocasiões, tenta justificar sua tese de que Adriano da Nóbrega tenha sido torturado pela polícia da Bahia na operação que o matou no início do mês.
"Perícia da Bahia (governo PT), diz não ser possível afirmar se Adriano foi torturado. Foram 7 costelas quebradas, coronhada na cabeça, queimadura com ferro quente no peito, dois tiros a queima-roupa (um na garganta de baixo p/cima e outro no tórax, que perfurou coração e pulmões", escreveu o senador na publicação com o vídeo.
Perícia da Bahia (governo PT), diz não ser possível afirmar se Adriano foi torturado. Foram 7 costelas quebradas, coronhada na cabeça, queimadura com ferro quente no peito, dois tiros a queima-roupa (um na garganta de baixo p/cima e outro no tórax, que perfurou coração e pulmões. pic.twitter.com/0oqlojvYwX
— Flavio Bolsonaro (@FlavioBolsonaro) February 18, 2020
Juiz nega nova necrópsia
A publicação de Flávio Bolsonaro vem apenas um dia após o juiz Gustavo Kalil, da 4ª Vara Criminal do TJ-RJ, ter decidido que a preservação do corpo de Adriano da Nóbrega, ex-chefe da milícia Escritório do Crime, não é mais necessária. Ele também entende que não há a necessidade de novas perícias.
Em decisão proferida nesta segunda, ele contraria determinação ditada por ele e por outros magistrados na última semana que entendiam que o corpo do miliciano deveria ser preservado.
Segundo o colunista Lauro Jardim, do O Globo, o juiz também entendeu que não há necessidade de uma nova necrópsia no corpo de Adriano. Enquanto alguns legistas avaliam – através de fotos obtidas pela Revista Veja – que a morte não aconteceu em troca de tiros, a perícia da Bahia reforça a tese.
Kalil, no entanto, não autorizou a cremação porque, segundo ele, isso cabe à a comarca de Esplanada, na Bahia, cidade onde o miliciano morreu.