Ex-assessora da vereadora Marielle Franco, a deputada estadual Mônica Francisco (PSOL-RJ) teve uma atuação parlamentar mais produtiva ao longo de 2020 do que os três filhos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que ocupam cadeiras legislativas.
Neste ano, Mônica propôs 34 projetos de lei na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Isso fora três projetos de resolução, uma indicação legislativa e uma moção.
Já os três filhos de Bolsonaro, juntos, apresentaram ao longo deste ano 23 projetos de lei, segundo levantamento do jornal O Globo.
A atuação de Mônica se voltou para questões de racismo, de gênero e da Covid-19 também. Dentre os 34 projetos de lei que ela apresentou, 21 tiveram o objetivo de propor políticas públicas visando enfrentar os efeitos decorrentes do coronavírus.
E, ao longo deste ano, 19 proposições apresentadas pela parlamentar – em 2019 ou 2020 – foram aprovadas no plenário da Alerj. Deles, 12 foram sancionados pelo governo do estado e se tornaram leis. Entre esses se destacam projetos que autorizam o Estado a prover renda mínima a empreendedores da economia solidária, a comprar produtos de Negócios de Impacto Social, outra que obriga as concessionárias de água e esgoto à adotarem plano emergencial de combate e prevenção ao Covid-19.
“Nossa produção legislativa é em defesa dos interesses da população que mais precisa de atenção. O combate ao racismo, contra a violência de gênero, contra a privatização da Cedae, que atua com um bem essencial à vida e não pode ser tratado como mercadoria, a água, e se mistura a propostas sobre economia, trabalho, emprego e geração de renda”, disse Mônica.
“Outras parlamentares negras também seguem os passos de Marielle e estão fechando o ano com uma alta produção legislativa em todo o Brasil. Estamos na política para valer. Não dá mais para fazer política sem nós”, afirmou a parlamentar.
Atuação dos filhos
Já a atuação parlamentar dos filhos do presidente foi menos produtiva. Flávio, o mais velho deles, que é senador pelo Republicanos, foi autor de três projetos. Nenhum deles virou lei ainda.
Eduardo, que é deputado federal pelo PSL-SP, foi autor de 11 projetos de lei neste ano na Câmara federal. Entre eles, um que criminaliza o comunismo, outro que autoriza propagandas de armas a aparecerem na TV, no rádio e na internet e ainda um terceiro que determina que professores façam exames toxicológicos. Dois deles também são voltados a efeitos da pandemia do novo coronavírus.
Vereador no Rio pelo Republicanos, Carlos Bolsonaro apresentou 9 projetos de lei como autor ou coautor, seis deles relativos à pandemia de Covid-19.
Com informações de O Globo