Luciana Pires, advogada do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), afirmou à coluna de Guilherme Amado, na Época, publicada nesta sexta-feira (18), sem pedir sigilo da fonte, que jamais cogitou seguir as orientações que constavam do relatório do diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem.
“Não fiz nada. Não vou fazer nada do que ele (Ramagem) está sugerindo. Vou fazer o quê? Não está no meu escopo. Tem coisa que eu não tenho controle”, disse a defensora.
Ela disse ainda que as suspeitas de um suposto grupo criminoso que atuava na Receita Federal, e que constam dos relatórios, não eram novidade para ela.
“Todo o material que ele (Ramagem) passou para a Abin foi eu que passei. (...) Eu mandei pronto para ele. Ele não descobriu nada. Inclusive, isso foi pauta na reunião”, disse.
A coluna ainda perguntou à advogada se a Abin produziu outros documentos além desses dois, mas ela negou.
“Não, não passou para mim. Se produziu, Flávio não passou para mim. Se foi produzido além desses, ele não passou.”
Luciana Pires confirmou que os dois documentos vieram da Abin com recomendação para que a defesa protocolasse uma petição na Receita Federal solicitando formalmente os documentos que embasassem a suspeita de que o senador foi alvo de uma devassa ilegal por servidores do Fisco.
“Nenhuma orientação do Ramagem o Flávio seguiu ou me pediu para seguir. Eu não tenho contato nenhum com o Ramagem. Ele ia ajudar em quê? Ele não tem a menor ideia do que está acontecendo lá dentro (da Receita), eu tenho mais informação do que ele. Ele sugeriu esse monte de ação que ninguém seguiu nada”, afirmou.