Advogados de Guilherme Boulos, candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, entraram com ação na Justiça Eleitoral nesta segunda-feira (23) solicitando que se investigue o esquema de coação a funcionários de creches da rede conveniada, por parte de diretores instruídos pela secretaria de Educação do Município.
A denúncia está baseada em reportagens duas exclusivas da Revista Fórum publicadas neste domingo (22), e que trazem áudios mostrando diretores de creches da rede coagindo funcionários com o argumento de que votar em Bruno Covas (PSDB) “é uma forma de escolher estar empregada ou ficar desempregada”.
Em outra matéria sobre o caso, a Fórum trouxe um áudio de Bruno Caetano, secretário da Educação de Covas, em que se escuta como ele organiza os diretores de creches da rede conveniada para criar o que ele chama de “time do bem”, com o objetivo de “gerar informações positivas para serem reverberadas por todos nós” – no caso, “informações positivas” para serem usadas na campanha do atual prefeito e candidato tucano.
Segundo os advogados de Boulos, as duas reportagens demonstram uma “evidente prática de abuso de poder político e de autoridade”, e considera que a Covas e seu candidato a vice, Ricardo Nunes “são, no mínimo, beneficiários de todas as condutas descritas”.
Com base nas reportagens da Fórum e na Lei Complementar 64, de 1990, o PSOL pede que seja declarada a cassação do registro da candidatura do PSDB, além da inelegibilidade de Covas e Nunes. O partido também solicitou ao Ministério Público que investigue o caso.
Em entrevista ao portal UOL, a campanha de Bruno Covas de manifestou sobre a denúncia à Justiça dizendo que “bateu o desespero na campanha do candidato do PSOL, já que ele terá que explicar o inexplicável” – em referência a um argumento da campanha tucana de que Boulos teria a intenção de fechar creches em São Paulo, informação que não é correta, o candidato do PSOL apenas prometeu que irá investigar as possíveis irregularidades nos contratos da rede conveniada, devido a suspeitas de corrução.