De acordo com o Ministério Publico do Rio de Janeiro, Miguel Ângelo Braga Grillo, o atual chefe de gabinete do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), conhecido como Coronel Braga, tinha "papel determinante" no esquema de desvios de salários de funcionários na Assembleia Legislativa do Rio.
O MP afirma que Braga depositou R$ 20 mil reais na conta de Fernanda Antunes Figueira, esposa de Flávio Bolsonaro.
"Os registros bancários revelaram que no dia 29 de dezembro de 2011 o chefe de gabinete (coronel Braga) sacou R$ 20 mil de sua própria conta-corrente e, em um período de apenas meia hora, na companhia da titular da conta-corrente (Fernanda), realizou o depósito de mesmo valor em agência localizada a 400 metros de distância".
Em depoimento, o servidor afirmou que o dinheiro seria usado no pagamento da compra de um carro da mulher de Flávio. A Promotoria, no entanto, não encontrou registros da transação nas declarações de Imposto de Renda nem nas informações do Detran sobre o histórico de veículos em nome de Fernanda.
Responsável pelos servidores lotados no gabinete, o Coronel Braga expedia mensalmente ofícios ao Departamento Pessoal da Alerj "atestando falsamente a frequência integral dos assessores componentes da organização criminosa", diz o MP.
A denúncia afirma ainda que a Casa liberava os pagamentos dos salários, mesmo sem a contraprestação dos serviços públicos pelos "funcionários fantasmas". Enquanto o ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz cuidava da contabilidade da "organização criminosa", recolhendo parte da remuneração de assessores e repassando os recursos a Flávio, Braga gerenciava o trabalho da equipe e tinha como função atestar o cumprimento das jornadas de trabalho dos "fantasmas".
Flávio, Queiroz e Braga são acusados de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Braga recebe atualmente um salário de R$ 22,9 mil na função principal do gabinete de Flávio no Senado, segundo dados oficiais.
Com informações da Agência Estado