Janaína Cardoso (PSL), a ex-esposa do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL-MG), denunciado pela participação em esquema de laranjas de Minas, recebeu do diretório nacional do PSL para sua campanha a vereadora em Belo Horizonte uma doação de R$ 690 mil.
Mesmo com essa montanha de recursos, Janaína conseguiu não se eleger. Ela teve apenas 3.717 votos. Cada um custou R$ 186,17.
O valor recebido por ela é bem próximo ao máximo permitido por lei que se pode gastar numa campanha: R$ 692,1 mil.
A vantagem financeira conseguida no partido foi graças ao fato dela ser esposa do ministro. Várias candidatas ao mesmo posto não receberam um centavo sequer da sigla.
“Laranjas”
Marcelo Álvaro Antônio foi indiciado, em outubro de 2019, pela Polícia Federal (PF) sob suspeita de envolvimento no esquema de laranjas do PSL. Em relatório enviado ao Ministério Público de Minas, a investigação policial concluiu que o ministro comandou esquema de desvio de recursos públicos por meio de candidaturas femininas de fachada nas últimas eleições.
O indiciamento do ministro do presidente Jair Bolsonaro (PSL-RJ) ocorreu sob suspeita dos crimes de falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita de recurso eleitoral e associação criminosa —com pena de cinco, seis e três anos de cadeia, respectivamente.
Desde fevereiro, início das investigações, Bolsonaro tem dito que esperaria as conclusões da PF para definir o futuro do seu ministro, que tem negado irregularidades.