Responsável pela facada em Jair Bolsonaro durante a campanha eleitoral em Juiz de Fora (MG), Adélio Bispo revelou em depoimentos que já participou de protestos contra o PT, em especial contra o "mensalão", e que tentou filiar-se a um partido de direita depois de deixar o PSOL.
Um dia após o atentado contra Bolsonaro, no dia 7 de setembro de 2018, Adélio contou à Polícia Federal que participou de manifestações em Curitiba contra o governo Lula em 2005. "Principalmente em relação aos fatos conhecidos como 'mensalão'", afirmou. As informações são do UOL.
Ele disse ainda que, durante o protesto, "carregava um caixão funerário, pintado de preto que ele mesmo mandou confeccionar, uma vez que não queriam lhe vender". No depoimento, Adélio também elogiou o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, relator do caso.
O autor da facada conta ainda que, em 2014, procurou o diretório do PSD em Uberaba (MG) para se filiar, partido que compõe a base do governo Bolsonaro no Congresso. A filiação, no entanto, não se concretizou. Ele disse que resolveu procurar o partido depois de se desvincular do PSOL. Segundo ele, a sigla não teria aceitado homologar a sua candidatura a deputado federal.
A antiga filiação de Adélio ao PSOL é utilizada por Jair Bolsonaro como forma de atacar e responsabilizar o partido pela facada. Em diversas vezes, o presidente se referiu a Adélio como “um cara filiado ao PSOL” que tentou matá-lo.
Adélio foi filiado ao PSOL entre 2007 e 2014, quando pediu desfiliação. A saída dele do partido se deu quatro anos antes do episódio da facada que fez o presidente ficar quatro meses internado.
O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), inclusive, faz parte de uma teoria que o liga com Adélio Bispo. O filho do presidente esteve em clube de tiro no mesmo período que o esfaqueador. Adélio Bispo, que era de Montes Claros (MG), foi para São José (SC) e esteve em um clube de tiro no dia 5 de julho, dois dias antes de Carlos, que passou um final de semana todo confinado no local. O esfaqueador ficou em SC até agosto e de lá foi direto para Juiz de Fora (MG), onde aconteceu o atentado, em setembro. Naquela ocasião, Carlos Bolsonaro acompanhava o pai na comitiva, algo que nunca tinha feito antes.
O laudo psiquiátrico forense encaminhado ao juiz da 3ª Vara Federal Criminal de Campo Grande diz que Adélio é portador de transtornos delirantes permanentes.