O presidente Jair Bolsonaro e o vice-presidente Hamilton Mourão voltaram a entrar em rota de colisão esta semana em razão da possível compra de doses da vacina CoronaVac, produzida pela farmacêutica chinesa SinoVac e pelo instituto Butantã. Enquanto o ex-capitão desautorizou o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, Mourão afirmou que é "lógico" que o Governo Federal vai comprar o imunizante.
“Essa questão da vacina é briga política com o Doria. O governo vai comprar a vacina, lógico que vai. Já colocamos os recursos no Butantan para produzir essa vacina. O governo não vai fugir disso aí”, disse Mourão em entrevista à revista Veja na sexta-feira (30).
Apesar do presidente ter reagido com a tradicional bravata de que "a caneta" é dele, nos bastidores a voz do vice parece ter mais coro. Segundo o colunista Jânio de Freiras, da Folha de S. Paulo, Mourão tem a "voz mais grossa" nesse caso, com apoio da ala militar.
"A firmeza de Mourão não é a de opinião pessoal. Também não é a do vice de um governo que tem posição pública oposta. Na competição política com João Doria em torno da vacina Sinovac, chinesa, a irracionalidade natural de Bolsonaro está perdendo", destacou o colunista.
A posição de Bolsonaro visa agradar sua base mais ferrenha, que pretende realizar um ato contra a vacinação neste domingo.
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