A suspensão dos debates eleitorais por parte das principais emissoras de televisão do Brasil, como o anúncio feito nesta sexta-feira (9) pela Rede Globo, contribui com o sentimento saudosista em relação aos grandes debates eleitorais que já ocorreram no país desde a redemocratização.
Com a proposta inicial de fornecerem aos eleitores detalhes sobre as propostas dos candidatos, muitos dos debates entraram para a história por virarem palco de bate boca, acusações e ironias entre seus participantes. A Fórum elaborou uma lista com cinco deles. Confira:
Além do histórico político problemático, Paulo Maluf também já protagonizou diversos momentos marcantes em debates presidenciais, estaduais e municipais. Um dos mais memoráveis ocorreu em 1989 na disputa presidencial com Leonel Brizola, quando Maluf o acusou de não ter "equilíbrio emocional".
“Desequilibrado! Passou 15 anos no estrangeiro e não aprendeu nada. E, o pior, não esqueceu nada” disse Maluf, o que provocou risos no público. Brizola então o acusou de ser “filhote da ditadura” e chamou a plateia de “malufistas”, o que fez a mediadora, Marília Gabriela, pedir por intervalo.
No debate estadual de São Paulo de 1998, Mario Covas (PSDB) estava em segundo lugar no pleito, atrás de Maluf. Com isso, o debate entre ambos também foi marcado por diversas acusações e troca de farpas. Covas, por exemplo, iniciou o debate comentando sobre a relação de Maluf com a ditadura militar e o provocando sobre a sua ausência nas "Diretas Já".
No confronto, Covas também acusou Maluf de corrupto, citando ACM Neto, e declarou que o candidato “lava dinheiro” e que tem “12 quilos de prova” contra o processo de Maluf e ACM. Por fim, o tucano conseguiu ultrapassar Maluf e foi reeleito com quase 10 milhões de votos.
Candidatos à Prefeitura de São Paulo em 2000, Paulo Maluf e Marta Suplicy bateram boca no debate eleitoral após o ex-prefeito partir para cima da petista se referindo a ela como "desqualificada". Marta então respondeu com uma frase que marcou a época: "Cala a boca, Maluf!".
Ainda no debate municipal de São Paulo, em 2000, também ficou marcado a cena em que Fernando Collor (PRDB), durante seu direito de pergunta a Enéas Carneiro (PRONA), apenas diz a ele, em tom irônico: “fale qualquer coisa aí”.
Em resposta, Eneias faz duras críticas ao adversário. “Ótimo. Já que vossa excelência ex-presidente da República nada tem a dizer, eu tenho muito”, responde o candidato. “Eu tenho tristeza de perceber que o senhor presidiu esse país”, continuou. Quando Collor pode responder, disse somente: “pode continuar, abro mão do comentário".
Luciana Genro x Aécio Neves (2014)
No debate presidencial de 2014, a candidata do PSOL, Luciana Genro, provocou Aécio Neves (PSDB) relembrando diversos casos de corrupção de governos do PSDB. “O senhor falando do PT é a mesma coisa do sujo falando do mal lavado”. Com tom irônico, Aécio Neves fala que “relembra as origens” de Luciana, que estaria “agindo como linha auxiliar do PT”.
Luciana então responde: “Com todo respeito, mas linha auxiliar do PT uma ova, candidato Aécio, porque o PT aprendeu com o senhor, aprendeu com o seu partido”.
Em outro momento, após ser chamada de "leviana", a candidata sobe o tom com o tucano. “Aécio, não levante o dedo para mim. Quem não tem conexão com a realidade é você. Você que anda de jatinho, que ganha um alto salário e não conhece a realidade do povo”.