Procurador candidato à chefia do Ministério Público do Rio fez campanha para Bolsonaro

Nas redes, Marcelo Rocha Monteiro ataca o STF e compartilha foto ao lado de Flávio Bolsonaro. Ele é autor de livro contra o inquérito das fake news

Marcelo Rocha Monteiro e Flávio Bolsonaro (Reprodução/Redes Sociais)
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Um dos candidatos na disputa para comandar o Ministério Público do Rio de Janeiro é o procurador Marcelo Rocha Monteiro, que coleciona publicações nas redes sociais em apoio ao presidente Jair Bolsonaro. Em uma das fotos do seu perfil no Facebook, ele aprece ao lado do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), cujos ex-assessores são investigados na mesma procuradoria por suspeita de rachadinha.

De acordo com o jornal Extra, Marcelo Rocha participou de diversos eventos da campanha de Jair Bolsonaro à presidência e chegou a compartilhar uma foto na porta do condomínio do então candidato, na Barra da Tijuca, fazendo o sinal da "arminha" ao lado do "Pixuleco", boneco inflável que ironiza o ex-presidente Lula.

Em uma das publicações, em 29 de setembro de 2018, ele comenta sobre uma das manifestações que participou em apoio ao ex-capitão. "Sábado à noite. Voltando da manifestação de apoio a Bolsonaro em Copacabana. Um sucesso (que boa parte da mídia prefere não mostrar)", escreveu.

Em outras postagens, o procurador ataca o Supremo Tribunal Federal (STF), jornalistas da Rede Globo, Lula e a ex-presidenta Dilma Rousseff. “O STF não tem legitimidade para definir a política de segurança pública do Rio de Janeiro (nem do Piauí, nem de Goiás, nem de lugar nenhum)", escreveu em publicação de agosto.

Além disso, ele é um dos autores do livro "O inquérito do fim do mundo", que critica o inquérito do STF para investigar a disseminação fake news na internet e redes sociais. Em maio, ele chegou a prestar "solidariedade" ao blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, do Terça Livre, um dos principais alvos do inquérito.

"Minha solidariedade ao Allan dos Santos, vítima da tentativa de intimidação no inquérito inconstitucional do STF, também conhecido como Operação Carteirada, em que ministros do Supremo investigam supostas ofensas contra eles próprios. Os ministros são, portanto, (supostas) vítimas, investigadores e juízes ao mesmo tempo. É preciso por um freio a essa ilegalidade", disse.

A eleição para escolher o novo procurador-geral de Justiça do Rio deverá ocorrer em dezembro. Além de Marcelo, outros três pré-candidatos já foram definidos: Leila Machado Costa, Virgílio Stavridis e Luciano Mattos. Os nomes mais populares vão compor a lista tríplice a ser encaminhada ao governador do Rio Cláudio Castro (PSC), aliado do presidente, que definirá o novo chefe do MP.